Ontem a Globo passou uma cena (https://globoplay.globo.com/v/5336582/) na novela Velho Chico que me fez lembrar um dos passeios que fiz no Delta do Rio São Francisco.
Fui de carro até a cidade de Piaçabuçu, último município do sul do Estado de Alagoas. Para chegar lá peguei a rodovia AL 101 em direção ao Litoral Sul de Alagoas. Piaçabuçu está a 140 km de Maceió. Sua altitude é de 5 metros acima do nível do mar.
Isso mesmo, Piaçabuçu se escreve com dois Ç, tem origem indígena e significa “Palmeira Grande”. Segundo a história Piaçabuçu foi fundada por André Rocha Dantas em 1660 e somente em 1882 foi elevada a vila. Em 1859 a cidade foi visitada por Dom Pedro II, que, inclusive, participou de festas na cidade antes de seguir viagem para outras cidades.
Quando cheguei lá, a cidade estava deserta e como não era época de temporada, foi difícil achar uma empresa que fizesse o passeio de barco.
Encontrei a Empresa ELSHADAY TURISMO que me levou para fazer o passeio à Foz do Rio São Francisco.
Comprei um voucher e entreguei na Secretaria Municipal de Turismo que fica em frente onde saem os barcos.
O barco partiu com mais 3 pessoas e nosso guia. O percurso de 13 km é feito de barco e dura aproximadamente 45 minutos, passando por ilhas, casas de pescadores do mangue e por uma comunidade quilombola. Essa comunidade fica no povoado de Pixaim, a 4 km da foz do Rio São Francisco. Dessas 43 casas de palha e taipa, 22 delas ainda são habitadas.
O guia vai contando um pouco da região e comenta que foi lá que foi gravado o filme “Deus é Brasileiro”, onde teve Antonio Fagundes no papel principal. Esse filme de 2003 foi dirigido por Cacá Diegues
O mapa do passeio retirado pelo Google segue abaixo:
Ao chegar na foz, onde o rio deságua no mar, o barco faz uma parada. Conheci um pouco das dunas móveis e por fim tive um tempo livre pra nadar nas águas do “Velho Chico”. O cenário lá é realmente encantador, com areia fina das dunas e muitos coqueiros.
Pude ver o encontro das águas do Rio São Francisco com o mar. Ele acontece na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe. De lá tirei uma foto do Farol do Cabeço.
Segundo a história, a partir de 1876 qualquer navegante que chegasse pelo mar à foz do Rio sabia que podia confiar no Farol do Cabeço que ficava piscando a noite inteira, porém com o avanço do mar atualmente ele está praticamente metade debaixo d’água.
Ele ficava em uma comunidade que chamava-se cabeço. Conta-se que em 1988 metade do vilarejo já tinha sumido e em 2000 ficou totalmente submersa. Ainda restam a ponta do farol e um pequeno pedaço mais alto da ilha.
Dizem que o “Velho Chico” é um “mar” de água doce, mas com o avanço do mar eu acredito mesmo que ele que é um “rio” de água salgada.
Na volta pude sentir realmente a dificuldade do barco em retornar, pois a maré sobe. O percurso da volta é em torno de 50 minutos a uma hora.
Voltei para Maceió, no caminho parei na Praia do Pontal do Peba que é considerada santuário ecológico, por abrigar uma importante área de preservação de tartarugas e aves migratórias. É também um dos maiores produtores de camarão do Nordeste.
E aqui acaba minha viagem a essa parte do “Velho Chico”. Quem tiver passando por lá, vale a pena fazer esse passeio.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Delta_do_S%C3%A3o_Francisco