O que fazer em uma conexão de 10 horas na cidade do Panamá? Isso era uma coisa que eu pesquisei bastante por conta do tempo. E sei que muitos compartilham da mesma dúvida que eu tinha, por isso resolvi fazer esse post.
Cheguei ao Aeroporto de Tocumen, o principal aeroporto do Panamá, sede da empresa panamenha Copa Airlines, também conhecido como o Hub das Américas as 08h00 da manhã e meu voo para Toronto só sairia 06h16 horas da tarde, o que me dava 10 horas de conexão. Decidi então fazer um tour pela Cidade do Panamá.
Como a minha mala já seria despachada até o destino final, me dirigi à fila para passar na imigração, o agente me fez algumas perguntas e pediu meu passaporte, acompanhado do Certificado Internacional de Vacinação com o comprovante da vacina contra febre amarela.
Após sair pelo desembarque, um rapaz me abordou perguntando se eu queria fazer o “City Tour” com ele. Como fiquei receosa em ir direto, disse a ele que iria ao banheiro. Passei pelo posto da policia de lá e questionei se era seguro fazer esse passeio com o rapaz e o policial me tranquilizou dizendo que todos que ficam no aeroporto têm licença para trabalhar lá.

Como tinha lido sobre os valores que eram cobrados no City Tour eu combinei com ele um valor de US$ 70,00. A moeda oficial do Panamá é o Balboa, mas o dólar americano é usado em todo território. O valor de 1 balboa era na época em 1 dólar, então nem troquei o dinheiro e optei por pagar no cartão de crédito.
O carro dele já estava no estacionamento. Ele me passou a senha do Wi-Fi e eu pude ficar conectada durante todo o passeio.

CANAL DO PANAMÁ – ECLUSA MIRAFLORES
O primeiro tour foi no Canal do Panamá, o percurso até lá levou 45 minutos. Logo que chegamos, ele parou o carro no estacionamento do Centro de Visitantes de Miraflores. Sem dúvida, essa é a atração mais visitada da cidade.
Para comprar o ingresso havia uma fila gigantesca, mas o guia conseguiu me passar no guichê sem que eu enfrentasse-a. Eu paguei o ingresso diretamente no guichê e já entrei no lugar. Combinamos de ele me esperar no terraço, enquanto eu visitava o pequeno museu do local.
O museu tem 4 salas de exposição que mostram a historia, o funcionamento do canal, maquetes e objetos usados na operação do canal, além de apresentações de vídeo.
O Canal do Panamá é uma hidrovia artificial de 82 Km que liga o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico. Tem como objetivo facilitar o comércio marítimo internacional. Sua construção foi iniciada pelos franceses em 1881, porém devido a problemas, as obras foram paradas até que em 1904 os EUA assumiram os trabalhos. A conclusão das obras demorou cerca de 10 anos e em 15 de agosto de 1914 o canal foi inaugurado. A imensa estrutura do canal é considerada uma entre as 7 maravilhas do mundo moderno.
O canal consiste em lagos artificiais e 3 conjuntos de eclusas: Miraflores, Pedro Miguel (lado Pacífico) e Gatún (lado Atlântico) e todos elas são abertas para visitação. O tamanho das eclusas determina o tamanho máximo do navio que pode passar. Todas elas são duplas, de modo que os barcos passem nas duas direções. Cerca de 14.000 navios passam por lá todos os anos, os que não passam por lá, chegam a levar até 2 semanas para fazer a travessia pelo mar.
Após minha visita ao museu me direcionei ao terraço de observação (Eclusa de Miraflores) já com muitos turistas e fiquei lá até o momento da abertura para ver uma embarcação passando entre o Canal.
O centro conta com um amplo teatro totalmente equipado, três mirantes, duas lanchonetes, um restaurante com vista panorâmica, uma loja de souverirs e um salão para eventos.
Preço: US$ 20,00
Horário de funcionamento: Segunda a domingo das 9h as 16h30.
Site oficial: http://www.pancanal.com/
ISLA FLAMENCO – AMADOR CAUSEWAY
De lá, seguimos em direção à Calzada de Amador (Causeway), uma rua onde está localizado o BioMuseu, um museu dedicado à biodiversidade, inaugurado em 2014. O prédio do museu é bem colorido e pode ser avistado de diversos pontos. Mas, confesso que não o conheci por dentro.
Essa avenida conecta a Cidade do Panamá há 4 ilhas do pacífico que forma um pequeno arquipélago. As ilhas são chamadas de Naos, Perico, Culebra e Flamenco.
O guia comentou que o local é uma grande atração turística. Contou que o local foi construído em 1913 pelo governo dos Estados Unidos com as pedras escavadas durante a construção do Canal do Panamá. Contou também que lá foi originalmente uma base americana (Fuerte Amador), que tinha por objetivo proteger a entrada do Canal do Panamá.
Na Ilha Flamenco há um shopping Duty Free para fazer compras. Olhei tudo, mas não comprei absolutamente nada. Lá o passaporte é requerido para entrar e fazer compras. Ao lado fica a marina com seus barcos.
Também vemos lá o letreiro com o nome da cidade, ótimo para tirar uma linda foto.
Saindo de lá, o guia parou para tirar uma foto com a vista dos arranha-céus da cidade. Quase não vi ninguém por lá, é um lugar bem tranquilo e bonito, bem arborizado e com vários bancos para admirar a vista da cidade.
CASCO VIEJO OU CASCO ANTIGUO
A próxima região a ser visitada era Casco Viejo, ou Casco Antiguo, a parte antiga da Cidade do Panamá. O guia me falou que a cidade foi refundada em 1673 após seu assentamento original (Panamá Viejo) ser totalmente destruído no ataque de piratas ingleses em 1671. Em 1997, foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade, pela UNESCO.
Ele começou dirigindo pela cidade, onde pude visualizar diversos casarões antigos com suas belas fachadas coloniais, ruas de pedras, restaurantes, cafés e alguns hotéis. A região é pequena, praticamente toda restaurada e com bastante policiamento na parte turística.
Ele me deixou em frente à IGLESIA SÃO JOSÉ, que é uma das principais igrejas do Casco Viejo. Essa igreja foi construída entre 1671 e 1677 e é um grande atrativo para os turistas pelo seu altar de ouro em estilo barroco, que segundo o guia, sobreviveu ao incêndio que tomou Panamá Viejo.
Entrei para conhecer a igreja e tirar fotos, enquanto ele dava a volta no quarteirão para me buscar. Ele demorou para fazer a volta e eu fiquei apavorada, afinal, tinha deixado minha mochila no carro dele. Baita paranoia minha, pois ele voltou tranquilamente após um pequeno transito que enfrentou.
Passamos pela antiga IGLESIA E CONVENTO DE SANTO DOMINGO. As parede foram mantidas em pé, com destaque para o Arco Chato que foi construído na época para suportar o coro de madeira. O Arco atual é uma reconstrução do original, que ruiu em 2003.
Depois me mostrou as ruínas da IGLECIA DE LA COPANHIA, que assim como o convento, só sobraram às ruínas. Apenas as paredes externas estão de pé.
Passamos pela PRAÇA SIMÓN BOLÍVAR que foi dedicada ao libertador da América Latina. Nessa pequena praça estão localizados a Igreja San Felipe de Neri, a Igreja de São Francisco e o Teatro Nacional.
Logo em seguida chegamos a PLAZA DE LA INDEPENDECIA, também chamada de Plaza Mayor, fica em uma região totalmente restaurada. Lá está localizada La Catedral Metropolitana, a principal igreja católica da Cidade do Panamá, o Museu do Canal do Panamá, o Museu da História do Panamá e o Palácio Municipal.
Por último passamos pela PLAZA FRANCIA, que foi a praça de armas de um antigo quartel e hoje é um monumento em homenagem aos primeiros construtores do Canal do Panamá. Nela está o grande obelisco com um galo na extremidade e as edificações históricas do Instituto Nacional da Cultura e Las Bovedas.
Há outros lugares que devem ser visitados como o El Palacio de Las Garzas, o escritório governamental e residência do Presidente do Panamá, Iglesia de La Merced.
PARTE MODERNA – CINTA COSTERA
Fomos passeando de carro pela Avenida Balboa e pela Cinta Costera. É um sistema de rodovias que conectam várias partes distantes da cidade, que foi construído para desafogar o transito pesado, principalmente na hora do rush.
De lá, pude ver o edifício de escritórios F&F Tower, uma torre de 233 metros de altura. Ele é conhecido como o El Tornillo (o Parafuso).

O guia comentou que essa região de prédios altos é conhecida como Miami do Panamá ou Dubai das Américas.
Um dos trechos mais impressionantes é um viaduto Cinta Costera que é uma ponte de 2,5 km que rodeia o centro histórico.
O tour acabou com o guia me deixando no Shopping para fazer compras e comer algo. Comi no Carls’ Jr que é um dos lugares que gosto bastante.
Depois fiz questão de conhecer um pouco do shopping que tem lojas de todos os estilos: lojas de luxo, de perfumes, de eletrônicos e diversas lojas de roupa.
O ônibus (busitos, como são chamados) retorna para o Aeroporto gratuitamente em frente ao shopping. Para isso é preciso pegar um ticket na Autoridade de Turismo do Panamá localizada em um quiosque dentro do shopping. O serviço é destinado a todos os passageiros que estão transitando pelo Panamá.
O shopping está localizado há 15 minutos do aeroporto, o que permite um bate volta tranquilo, sem riscos de perder a conexão.
Eu adorei o passeio, sem dúvida recomendo para quem faz uma conexão longa na cidade. Infelizmente não tenho mais o contato do guia para poder indicar.
Uma dica: O clima estava totalmente quente e úmido, e foi fácil suar bastante. Por isso leve na bagagem de mão roupas leves que possam ser trocadas antes de você embarcar novamente para o outro voo.
Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/Panama
https://en.wikipedia.org/wiki/Panama_Canal